A paisagem mudou radicalmente. E o público não gostou. O Parque Ecológico Cid Almeida Franco, em Americana, — que sempre foi organizado, limpo e funcional — se transformou de repente em um gigantesco canteiro de obras paradas. Por conta da suspensão momentânea da instalação de galerias pluviais, a área preparada para ser uma lagoa de contenção foi tomada por mato e troncos amontoados. O próprio talude marginal ao curso d’água (ao lado do recinto dos hipopótamos) começou a desmoronar. A administração teve de bloquear o acesso do público às alamedas próximas.
Frequentadores reclamam da manutenção deficiente do parque. O mato alto toma conta dos recintos do leão e do lobo-guará, por exemplo. Os espelhos d’água, por todo o parque, viraram tanques de água parada, esverdeada. Mas o visual agressivo não é a única preocupação. A morte de três animais, recentemente, levanta suspeitas sobre o tratamento inadequado dos bichos. E os lagos poluídos podem ter relação com pelo menos uma das ocorrências.
As denúncias relacionadas por ambientalistas e frequentadores assíduos levaram o caso ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um requerimento do vereador Moacir Romero (PT) requisita uma vistoria emergencial no parque. “É inconcebível que o Ecológico esteja nestas condições. Há muito lixo, abandono”, fala.
A oposição do prefeito Diego De Nadai (PSDB) também coleciona denúncias feitas pelos próprios servidores que trabalham no parque. Os serviços de manutenção, no caso, seriam prejudicados pela suposta falta de veículos e ferramentas. Eles também dizem que a recente morte do lobo-guará teria sido causada por uma infestação de piolhos. Já a tigresa não teria resistido a uma overdose de calmantes. E a hipopótamo fêmea — que oficialmente morreu porque tinha idade avançada — vivia em um lago abastecido com águas pluviais poluídas.
Decepção
O frequentador comum não sabe se as denúncias procedem, nem se as explicações da Prefeitura convencem. Todo mundo que passeia por ali diz que o parque merece mais respeito. “Eu passeio por aqui desde que tinha 5 anos de idade. Eu sempre me encantei com a limpeza e a organização. Mas hoje está tudo meio decadente”, diz a estudante Luciana Carvalho de Souza.
Quem chega de fora para matar saudades do parque limpinho e organizado se decepciona com o que encontra. Caso da comerciante Rosemeire Anselmo, moradora de Aguaí. Visitando parentes, ela sempre levou os filhos pequenos ao Ecológico. Ela voltou no final de semana e ficou espantada de ver o leão deitado no meio do matagal. “O Ecológico é lindo demais para estar tão abandonado”, afirmou.
Outro lado
A Prefeitura de Americana nega as denúncias sobre a manutenção deficiente do parque. De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, Allan Jonas Duarte, responsável pela administração do parque, o visual agressivo dos lagos decorre da falta de chuvas, incomum para esta época do ano. A estiagem e o calor provocaram a proliferação das algas, e transformaram o recinto do flamingo, por exemplo, em um tanque de água esverdeada.
O secretário, no entanto, explica que o recinto passa por intervenções, e a reforma será finalizada nos próximos dias. Com relação ao mato nos recintos, Duarte informou — por meio da assessoria de imprensa — que a vegetação não foi cortada de propósito, com o único objetivo “garantir o bem-estar dos animais”.
Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN
Visitante observa recinto dos leões no Parque Ecológico de Americana, com mato alto e falta de manutenção
Frequentadores reclamam da manutenção deficiente do parque. O mato alto toma conta dos recintos do leão e do lobo-guará, por exemplo. Os espelhos d’água, por todo o parque, viraram tanques de água parada, esverdeada. Mas o visual agressivo não é a única preocupação. A morte de três animais, recentemente, levanta suspeitas sobre o tratamento inadequado dos bichos. E os lagos poluídos podem ter relação com pelo menos uma das ocorrências.
As denúncias relacionadas por ambientalistas e frequentadores assíduos levaram o caso ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um requerimento do vereador Moacir Romero (PT) requisita uma vistoria emergencial no parque. “É inconcebível que o Ecológico esteja nestas condições. Há muito lixo, abandono”, fala.
A oposição do prefeito Diego De Nadai (PSDB) também coleciona denúncias feitas pelos próprios servidores que trabalham no parque. Os serviços de manutenção, no caso, seriam prejudicados pela suposta falta de veículos e ferramentas. Eles também dizem que a recente morte do lobo-guará teria sido causada por uma infestação de piolhos. Já a tigresa não teria resistido a uma overdose de calmantes. E a hipopótamo fêmea — que oficialmente morreu porque tinha idade avançada — vivia em um lago abastecido com águas pluviais poluídas.
Decepção
O frequentador comum não sabe se as denúncias procedem, nem se as explicações da Prefeitura convencem. Todo mundo que passeia por ali diz que o parque merece mais respeito. “Eu passeio por aqui desde que tinha 5 anos de idade. Eu sempre me encantei com a limpeza e a organização. Mas hoje está tudo meio decadente”, diz a estudante Luciana Carvalho de Souza.
Quem chega de fora para matar saudades do parque limpinho e organizado se decepciona com o que encontra. Caso da comerciante Rosemeire Anselmo, moradora de Aguaí. Visitando parentes, ela sempre levou os filhos pequenos ao Ecológico. Ela voltou no final de semana e ficou espantada de ver o leão deitado no meio do matagal. “O Ecológico é lindo demais para estar tão abandonado”, afirmou.
Outro lado
A Prefeitura de Americana nega as denúncias sobre a manutenção deficiente do parque. De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, Allan Jonas Duarte, responsável pela administração do parque, o visual agressivo dos lagos decorre da falta de chuvas, incomum para esta época do ano. A estiagem e o calor provocaram a proliferação das algas, e transformaram o recinto do flamingo, por exemplo, em um tanque de água esverdeada.
O secretário, no entanto, explica que o recinto passa por intervenções, e a reforma será finalizada nos próximos dias. Com relação ao mato nos recintos, Duarte informou — por meio da assessoria de imprensa — que a vegetação não foi cortada de propósito, com o único objetivo “garantir o bem-estar dos animais”.
Reforma deve terminar em dois meses
Prefeitura de Americana promete concluir, dentro de 60 dias, as obras nas imediações do recinto dos hipopótamos, dentro do Parque Ecológico. De acordo com o secretário adjunto de Obras Públicas, José Nílton de Oliveira, já foi feito o desassoreamento do Córrego do Parque, assim como construída a nova bacia de contenção.
Mas as intervenções foram suspensas por determinação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que pede o detalhamento da obra. Só depois da apresentação do documento é que a Administração poderá executar as etapas restantes: a canalização de trecho do córrego e a instalação de galerias pluviais para o escoamento das águas das chuvas que chegam do Jardim Ipiranga.
Mas as intervenções foram suspensas por determinação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que pede o detalhamento da obra. Só depois da apresentação do documento é que a Administração poderá executar as etapas restantes: a canalização de trecho do córrego e a instalação de galerias pluviais para o escoamento das águas das chuvas que chegam do Jardim Ipiranga.
Saiba Mais
O Parque Ecológico Engenheiro Cid Almeida Franco fica na Avenida Brasil, 2.525, no Jardim Ipiranga, em Americana. As visitas monitoradas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (19) 3461-7503. Críticas, sugestões e consultas podem ser feitas pelo endereço eletrônico pema@americana.sp.gov.br.
O Parque Ecológico Engenheiro Cid Almeida Franco fica na Avenida Brasil, 2.525, no Jardim Ipiranga, em Americana. As visitas monitoradas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (19) 3461-7503. Críticas, sugestões e consultas podem ser feitas pelo endereço eletrônico pema@americana.sp.gov.br.
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